Eminem, um dos rappers mais icônicos e controversos de todos os tempos, tem uma carreira marcada por altos e baixos, inovação e polêmicas. Desde sua explosão na cena musical com o alter ego Slim Shady no final dos anos 90, Eminem tem constantemente desafiado normas e provocado reações intensas do público e da crítica. Na última década, porém, muitos se perguntam se o rapper conseguiu manter sua relevância em meio a uma nova geração de talentos. Este artigo examina a evolução de Eminem, suas tentativas de redenção e as contínuas controvérsias que ele provoca, explorando como ele lida com sua persona de Slim Shady e o impacto disso em sua música e carreira.
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Evolução e Tentativas de Redenção
Na última década, muitos críticos sugeriram que Eminem foi superado por novos talentos no cenário do rap. No entanto, o verdadeiro rival de Marshall Mathers sempre foi seu próprio eu mais jovem. O alter ego por trás do inovador LP de 1999, “The Slim Shady”, e dos muitos sucessos subsequentes — notavelmente o audacioso e bombástico “I’m Back” — Slim Shady representava o id de Mathers, sem o ego. Uma persona de palhaço malévolo que permitia ao rapper de Detroit expressar cada pensamento proibido, cada fantasia misógina, insulto homofóbico e ostentação de vício em drogas. Coisas que, hoje em dia, seriam inadmissíveis. Mas isso não significa que Eminem não tenha tentado.
Em uma série de álbuns mais recentes de Eminem com títulos como “Recovery” (2009) e “Revival” (2017), Mathers tentou, de certa forma, fazer as pazes com uma infância marcada por abuso e negligência. Até certo ponto, Shady seguiu essa evolução — Paul Rosenberg, empresário de Mathers, disse à XXL alguns anos atrás que “Shady agora pensa um pouco mais”. Mas o enredo de terror de seu 12º álbum habilmente evita qualquer progresso ideológico ao trazer Shady de volta através de um portal do tempo de 1999, transformando o anti-herói em supervilão. No vídeo do single principal “Houdini”, um Mathers em pânico, vestido como super-herói, diz ao produtor Dr. Dre: “Eles estão tentando nos cancelar!”
Provocações e Polêmicas
Eminem estabelece o tom para um álbum que muitas vezes parece uma tentativa de ver quantos insultos Mathers consegue encaixar em 65 minutos. O clipe de “Houdini” termina em um evento cataclísmico que cria um “híbrido profano” do jovem e insolente Shady e do Mathers mais velho e barrigudo (ele agora tem 51 anos). Mas se este álbum foi concebido para permitir a Mathers reviver suas provocações anteriores sob o pretexto de combater a censura, a realidade é que ele entrega o pior dos dois mundos.
Grande parte de “The Death Of Slim Shady” se assemelha a um artigo de opinião do Telegraph: provocações desajeitadas, murmúrios sobre “polícia do politicamente correto” e a “Geração Z” tentando censurá-lo. Qualquer coisa, ao que parece, para obter uma reação. Em “Habits”, Mathers cospe que seus críticos estão “furiosos porque não conseguem me domar” – mas não há nada de ousado nessas rotinas barulhentas. Como muitos que reclamam de um “vírus da mente desperta”, Mathers é quem parece estar obcecado, sempre falando sobre pronomes e, em “Road Rage”, oferecendo a informação não solicitada de que seu “pênis simplesmente não se expande” perto de pessoas trans. Certo, cara.
Obsessões Líricas e Relevância
Suas obsessões líricas são bizarras: várias faixas zombam de Christopher Reeve, o ator do Superman que ficou paralisado em um acidente de equitação e morreu em 2004, há duas décadas. Em momentos como esse, “The Death Of Slim Shady” parece uma paródia de Eminem feita pelo Weird Al, mas nem mesmo Weird Al se rebaixaria tanto a uma batida tão pouco inspirada quanto a de “Houdini”, que simplesmente repete o riff de “Abracadabra” da Steve Miller Band ad infinitum, soando como o toque de um celular sem resposta.
“Houdini” marca certamente um ponto baixo para o álbum, embora poucas das outras batidas se elevem acima da mediocridade. “Tobey” – outro single, cujo título faz referência a Tobey Maguire, estrela do Homem-Aranha – é o destaque: sua produção é tensa e cheia de energia, embora seja notável que Mathers não pegue o microfone até mais de três minutos, após excelentes versos do jovem BabyTron e do regular Big Sean. O rap de Mathers mantém sua assinatura de dicção afiada; é o conteúdo que está em falta: ataques incessantes e sem alegria, tão sem inspiração.
Conflito Interno e Reflexões
Três quartos do caminho, a luta entre os dois eus de Mathers termina em assassinato/suicídio, antes que ele acorde e diga aquelas palavras adoradas por todo roteirista preguiçoso: “Foi tudo um sonho”. As últimas faixas trazem uma mudança abrupta no tom. “Temporary”, uma música gravada para sua filha Hailie, que há muito tempo serve como musa nos momentos mais ternos de Mathers, apresenta um gancho da colaboradora regular Skylar Grey. Seu tom sombrio e um tanto piegas é retomado pelo encerramento “Somebody Save Me”, no qual Mathers imagina um mundo onde ele nunca superou seu vício e morreu antes de ver Hailie se formar ou gravar seu primeiro podcast (o pesadelo de todo pai).
Este clímax sombrio retoma um tema sugerido anteriormente em “Habits”. Aqui, Mathers compara seu retorno à persona Shady a uma recaída de drogas. A conexão entre seu vício, sua fama e seu eu Shady é novamente referenciada na esquete “All You Got”: “Você não era nada até me encontrar”, Shady diz a Mathers. “Você não pode me superar/ Você não pode me superar.” O tema freudiano é intrigante; um álbum melhor o teria desenvolvido e aprofundado. Mas isso teria ocorrido às custas de algumas piadas de Caitlyn Jenner, e ele não poderia deixar isso acontecer, poderia?
Conclusão
Eminem, ao longo de sua carreira, sempre desafiou normas e provocou reações intensas. Através de seu alter ego Slim Shady, ele explorou o lado mais sombrio de seus pensamentos e sentimentos, criando uma persona que o permitiu expressar suas frustrações e críticas de maneira brutal e direta. Nos últimos anos, no entanto, temos visto um Eminem lutando para reconciliar seu passado controverso com um presente mais sóbrio e introspectivo. Álbuns como “The Death Of Slim Shady” mostram essa batalha interna, onde o rapper tenta equilibrar suas provocações características com um desejo de evolução pessoal. No fim, o legado de Eminem permanece complexo e multifacetado, refletindo tanto suas contribuições inovadoras ao rap quanto as polêmicas que ele continua a gerar.
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